domingo, 3 de maio de 2009

A visitar...

Um link muito útil, sobre a nossa História mais recente. Clica aqui.

As vozes que Abril melhorou

Em 1932, nos manuais de leitura podia ler-se:

“Na família, o chefe é o pai; na escola, o chefe é o mestre; na igreja, o chefe é o padre; na Nação, o chefe é o governo.”

quarta-feira, 29 de abril de 2009

As vozes que Abril clarificou

As palavras que se seguem são de Oliveira Salazar, o homem que, no ano passado, ganhou um concurso televisivo sobre quem seria o Português mais ilustre:

“Portugal é um país conservador, paternalista e – Deus seja louvado – ‘atrasado’, termo que eu considero mais lisonjeiro do que pejorativo.”

sexta-feira, 20 de março de 2009

A Mulher na Época Medieval

O presente trabalho foi desenvolvido nas aulas de História A do Professor Mário Costa:

Na época Medieval, o papel da mulher estava relacionado com a sua posição social. Assim, a mulher do povo tinha um papel activo, pois trabalhava nos campos (embora em tarefas mais leves), enquanto que a mulher da nobreza assumia um papel passivo, obedecendo ao pai ou ao marido, consoante a sua situação civil.
Mas, independentemente da sua posição social, todas as mulheres viviam subordinadas aos homens e tinham duas funções em comum: a lida da casa e a educação dos filhos. Era inaceitável que uma mulher interviesse política ou militarmente na sociedade, uma vez que estas eram consideradas funções masculinas.
A Igreja Católica assumiu uma posição particularmente ambígua e hipócrita, relativamente ao papel da mulher na sociedade. Se por um lado a comparava a Eva (representação do pecado), por outro, exigia que fosse uma mãe bondosa e carinhosa, assemelhando-a à Virgem Maria. Neste sentido, a mulher tinha que corresponder a um ideal de mulher caridosa, discreta, prudente e casta, senão seria considerada perturbadora da sociedade.

Waterhouse, Fair Rosamund

A mulher da nobreza assumia um papel preponderante na família. Como filha, limitava-se a acatar a vontade do pai que negociava o seu dote e o seu casamento (caso fosse a filha mais velha), pelas vantagens que lhe traria. Como esposa, teria que assegurar a linha de sucessão da família e era vigiada pelo marido, de modo a assegurar a legitimidade dos seus filhos. Só assumiam um papel mais preponderante gerindo propriedades e administrando os bens caso o marido fosse para a guerra ou falecesse. Já as filhas segundas não casavam, podendo permanecer na casa dos seus irmãos, se estes assim o permitissem, ou teriam que ir para um convento, tornando-se evangelizadoras ou copistas.

Em Portugal, a participação das mulheres da nobreza na política e na guerra era entendida como nefasta. Esta posição reflecte-se claramente nas cantigas de escárnio e maldizer, onde aquelas que pretendem traçar o seu caminho eram alvo de troça.
Quanto à mulher do povo, cabia-lhe tomar conta da casa e dos animais. Era também conhecedora de ervas para unguentos e emplastros, revelando-se aqui uma preocupação da mulher face à beleza e saúde. E, mais tarde, numa tentativa de anular o papel da mulher até da medicina popular, viria a ser considerada bruxa e alvo de perseguição por parte da Igreja Católica.
A mulher do povo que residia nos centros urbanos prestava serviços e comerciava, mantendo-se o carácter produtivo da mulher deste estrato social. No entanto, era alvo de discriminação, em relação aos homens, nos serviços prestados, onde era sempre menos remunerada ou recompensada.
À mulher do povo era vedado o acesso ao ensino universitário, pelo que o papel na educação dos filhos limitava-se ao ensino elementar (gramática e latim), dado que muitas mulheres da burguesia frequentavam o ensino elementar.
Desde o início da Idade Média até ao século XIX, verificou-se um anti-feminismo acentuado, em que o papel da mulher na sociedade se cingia essencialmente às funções de procriação, fidelidade aos maridos, lides domésticas e educação (embora precária) dis filhos. Estes parcos estatutod eram-lhes concedidos pelo pai, pelo marido e por uma instituição fundamental da sociedade medieval, a Igreja Católica.
Joana Recharte
10.º 2

sexta-feira, 13 de março de 2009

Concurso de fotografia: As Mulheres da Nossa Região


A UMAR Madeira (União de Mulheres Alternativa e Resposta) lança uma proposta a todas/os/as madeirenses: um concurso de fotografia subordinado ao tema "As Mulheres da Nossa Região". O objectivo é que escolhas fotografar o que achas que caracteriza a mulher madeirense.

O tema do concurso não é inocente; parte do título da obra de Maria Lamas, As Mulheres do Meu País, obra que resultou das viagens desta célebre jornalista enquanto presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, e que retrata as mulheres portuguesas da primeira metade do século XX.

Se quiseres participar, consulta o regulamento que está no placard do Alternativa EQUAL no Pav. I, no blog da UMAR Madeira (umarmadeira.blogspot.com) ou então fala com a professora Elisa Seixas do projecto Alternativa EQUAL. Podes entregar-lhe os teus trabalhos que ela reencaminha para as organizadoras do Concurso.

Os trabalhos podem ser entregues até dia 10 de Abril. A divulgação dos resultados acontece no dia 25 de Abril, que é uma data importante não só para Portugal como também para as mulheres portuguesas, que adquiriram a partir daquela data direitos que até então lhe eram vetados.

Participa! Os prémios do concurso estão discriminados no regulamento.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dia 6 (sessão da tarde) - Crash/Colisão (Ensino Secundário)



O filme que fecha o Ciclo de Cinema Olhares, lança para cima da mesa uma reflexão sobre os nossos medos, sobre os nossos preconceitos e como estes podem condicionar a forma como nos relacionarmos com os outros - e como são decisivos para a forma como muitas vezes colidimos entre nós, sem qualquer tentativa de perceber outros pontos de vista.
Este último filme é proposto como síntese de todas as temáticas que procuramos abordar. É um filme que nos faz pensar que devemos procurar mesmo um lugar intermédio entre Eu e o Outro.

Créditos do filme:
Realização - Paul Haggis
Actores/actrizes principais - Sandra Bullock; Don Cheadle; Mat Dillon; Jennifer Esposito; William Fichtner; Brendan Fraser; Terrence Howard; Chris Bridges; Thandie Newton; Ryan Philippe; Larenz Tate; Michael Pena.
Ano de realização - 2005

domingo, 1 de março de 2009

Dia 6 (sessão da manhã) - Os Acusados (Ensino Secundário)


O quinto filme escolhido lança um olhar sobre a nossa natureza e a consciência moral - individual e colectiva. Baseado numa história verídica, narra a saga de uma mulher que depois de ter sofrido uma violação com contornos muito violentos ainda tem que enfrentar um processo judicial que se revela preconceituoso e em que a vítima é tratada como criminosa. Onde começa e onde acaba a nossa responsabilidade colectiva?

Créditos do filme:
Realização - Jonathan Kaplan
Actrizes principais - Jodie Foster; Kelly McGillis.
Ano de realização - 1988

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dia 5 (sessão da tarde) - Água (Ensino Secundário)


As nossas raízes culturais são plurais. O quarto filme "Água", debruça-se sobre as tradições culturais, sociais e religiosas e como por vezes elas são injustas. É justo mantê-las só porque são tradição? Ou queremos sociedades cada vez mais igualitárias e esclarecidas?

Créditos do filme:
Realização - Deepa Mehta
Actrizes/actores - Lisa Ray; John Abraham; Seema Biswas.
Ano de realização - 2005

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Dia 5 (sessão da manhã) - Os Rapazes Não Choram (Ensino Secundário)


Temos coragem para assumir o que somos e o que queremos? E, igualmente importante, temos coragem para assumir que todos têm o direito de o fazer, sem interferirmos com os nossos comportamentos discriminatórios? Temos coragem para defender quem é vítima de comportamentos baseados apenas em preconceito e intolerância?
Boys Don't Cry - Os Rapazes não choram é a 3.ª escolha para o ciclo de cinema e propõe que reflictamos sobre todas as perguntas colocadas anteriormente. Baseado numa história verídica, é sobretudo uma história sobre medo, coragem e acima de tudo, esperança.

Comportamentos discriminatórios - tratar pessoas de forma injusta ou desigual com base em preconceitos de género, raça, religião, orientação sexual, País, etc.

Créditos do filme:
Realizador: Kimberly Peirce
Actores/actrizes principais: Hilary Swank, Chloe Sevigny, Peter Sasgaard
Ano de realização: 1999


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dia 4 - Persépolis (para 3.º Ciclo)


O segundo filme escolhido, Persépolis, é um desenho animado sobre a história da relação de uma menina com o seu País, o Irão. É também a história de quem tem que conviver com os preconceitos em relação não só às mulheres como também às outras culturas. É possível viver sem liberdade e sem respeito pelas diferenças dos outros? E é justo?

Preconceitos - opiniões formadas sem um fundamento sério ou análise crítica justa. Pré-conceito (antes do conceito).

Créditos do filme:
Realização - Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud
Vozes principais - Chiara Mastroianni; Chaterine Deneuve; Danielle Darrieux
Ano de realização - 2007

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dia 3 - Shrek (para 2.º Ciclo)


O primeiro filme escolhido para o nosso ciclo de cinema é uma animada aventura com heróis diferentes do que estamos habituados: um ogre que não é bonito nem magro, uma princesa que não precisa ser salva e um burro com alguma tendência para ser desbocado, mas com um enorme coração. Personagens improváveis? Claro que não; a nossa realidade está cheia delas (só não são ogres), apenas não lhes damos a devida atenção.

Desbocado - destravado, inconveniente, que diz tudo sem pensar muito bem no que está a dizer.
Improváveis - pouco possíveis, que não são comuns, que não é provável.


Créditos do filme:
Realização da responsabilidade de - Dreamworks
Ano de realização - 2001

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Olhares - Ciclo de Cinema no auditório do Centro das Artes

Aproxima-se o 8 de Março - Dia da Mulher - e o Alternativa Equal não poderia deixar a data em branco. Assim, na semana que precede o dia 8 (Domingo), promove um ciclo de cinema com filmes escolhidos a fim de pensarmos um bocadinho os olhares que lançamos aos outros e, principalmente, as diferenças dos e nos outros.
Aos poucos, apresentaremos uma breve sinopse dos filmes em cartaz, para que possas escolher os que te interessarem.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Dia dos Namorados - vale a pena investir em desamor?


Fotografia de Floria Sigismondi

É altura de celebração. E a nossa escola não é diferente, pelo que os nossos alunos mergulham na azáfama própria desta altura: celebrar o amor, o namoro, endereçar os afectos e acima de tudo, comprovar esses afectos. Mas aproveitemos também para pensar um bocadinho no lado menos bom: como já aqui divulgamos, a maioria dos casos de violência começa ainda no namoro e os mais recentes estudos apontam para dados assustadores: um em cada quatro jovens sofre de violência no namoro, quer essa violência seja física ou psicológica.


"A gente é muito preciosa, e que é somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perder o respeito de si mesma e o respeito de suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo. (...) há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo."
Clarice Lispector, escritora brasileira

Só conseguimos respeitar os outros se primeiramente tivermos respeito e amor por nós próprios/as. E portanto, só podemos amar plenamente outra pessoa, se primeiro cuidarmos do amor em relação a nós mesmos/as. E quem se ama não pode permitir que o outro lhe ofereça apenas desamor. Vale a pena investir numa relação que sob o nome do amor, apenas oferece desamor?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O verdadeiro final da Odisseia Pós-Moderno


A mitologia grega é profícua em histórias do quotidiano. É a Odisseia, de Homero, que nos relata as aventuras maravilhosas de Ulisses (ou Odisseu), herói da guerra de Tróia que tarda no regresso à Ilha de Ítaca e à sua mulher Penélope. Como esposa de um rei desaparecido, Penélope é cobiçada por inúmeros pretendentes, que pretendem ascender à governação da Ilha. Mas Penélope espera pelo seu amado durante vinte anos e para protelar a decisão de o esquecer, compromete-se a tecer uma colcha. No final do labor, escolheria e casaria com um dos seus múltiplos pretendentes. Mas Penélope desfaz de noite, sozinha, o trabalho que elabora durante o dia, à vista de todos. Descoberto o estratagema - e pressionada pelo Pai - promete desposar o homem que consiga atirar com o arco feito pelo esposo longamente desaparecido. Ao fim de mais de 20 anos, é Ulisses regressado das aventuras descritas na Odisseia que consegue domar o arco e recuperar a família.


Agora propomos-te uma outra leitura da história de Penélope, escrita por uma blogger portuguesa, que se identifica como Sherazade:

Um dia até Penélope se cansa de coser meias

Paciência, esperança, espera, dúvida, certeza, todas Penélope, feminino. E entretanto a Circe desvairada, entretanto uma sereiazinha para desenjoar, e a pobre Penélope à espera e a tecer um tapete ainda por cima, a desmanchá-lo ainda por cima, e a rejeitar pretendentes ainda por cima. A minha estima à pobre Penélope. E (...) Ulisses? Terá voltado pela Penélope ou pelo Telémaco? Ou simplesmente porque não tinha para onde voltar? Não se sabe bem. Mas de certeza que a palerma tinha uma canjinha quente à espera, se calhar toda aperaltada para o receber vinte e tantos anos depois.
Mas e depois? E depois da espera, e depois de ele chegar de verdade a Ìtaca, e depois de uns dias a ouvi-lo ressonar e contar cento e vinte vezes a Odisseia, e dizer que a Circe era boa como o milho? E depois? Depois se calhar a Penélope cansou-se de lhe coser os peúgos e foi fazer sereiices a um outro marinheiro desviado, só para variar...


domingo, 14 de dezembro de 2008

Com a mão na História (de Atenas)

O presente trabalho foi desenvolvido nas aulas de História A do Professor Mário Costa, a partir da audição de uma música de Chico Buarque, intitulada Mulheres de Atenas:

Pablo Picasso - Girl before mirror

Ao ouvir a música de Chico Buarque, Mulheres de Atenas, cria-se uma dúvida e expectativa acerca da letra. À primeira vista, numa análise muito primária, somos levados a pensar que os autores são apologistas de uma maneira de viver à moda de Atenas, em que as mulheres deveriam submeter-se aos seus maridos, independentemente da sua felicidade ou não.
A letra transporta-nos para um tempo da História em que a sociedade grega assim encarava o papel da mulher como um ser inferior. Os autores servem-se das obras de Homero (Ilíada e Odisseia) para retratar a posição das mulheres no séc. V a.C., nomeadamente a história de Penélope, mulher de Ulisses, que esperou pelo regresso do seu marido durante 20 anos e a história de Helena, esposa submissa do Rei de Esparta que foi raptada pelo príncipe troiano, Páris.
Mas, na realidade, o que os autores pretendem é alertar as mulheres que ainda vivem de acordo com esses ideais de fidelidade e submissão, à semelhança daquele modelo ateniense.
O próprio Chico Buarque, após ter sido confrontado pelas mulheres que defendiam o ideal feminista, esclareceu que tinha sido mal interpretado. Refere que o início e o fim da letra são esclarecedores do que quer transmitir: "Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas". Com isto, ele pretende defender precisamente o contrário, para que casos de submissão escravizante não se verifiquem nos dias de hoje.
Sabemos que, hoje em dia, ainda se assiste a casos semelhantes, em que as mulheres vivem submissas e escravizadas pelos maridos, assumindo apenas um papel de procriadoras e donas de casa. Muitas vezes por falta de coragem em se auto-afirmarem, mas em certos casos, também por impossibilidade de o fazerem, uma vez que, na nossa sociedade, há muitas mulheres que dependem economicamente dos maridos para a sua sobrevivência, o que, infelizmente, as torna incapazes de se libertarem.
Assim sendo, poderíamos, em tom de crítica social e apelo à consciência de todos nós, abrir um mote para uma nova canção: "Cuidem das mulheres de Atenas..."

Joana Recharte
10.º 2




Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem prós seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

Quando amadas se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas, cadenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Guardam-se pros seus maridos
Poder e força de Atenas

Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas

Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas

Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas

As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas, não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
As suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Um pouco de História

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi apresentada a 10 de Dezembro de 1948. É um documento redigido no âmbito da Organização das Nações Unidas, fundada no rescaldo da II Guerra Mundial (1939-1945) e aprovado na Assembleia Geral daquela Organização, tendo obtido 48 votos a favor, 8 abstenções e nenhum voto contra. Na altura, houve necessidade de redigir um documento desta natureza, face aos acontecimentos sombrios que ocorreram durante o período de guerra, ainda na memória de todos.
Foi T. W. Adorno* que afirmou que depois de Auschwitz* seria impossível escrever mais poesia. Com isto, Adorno pretende chamar a atenção para a necessidade de não esquecermos as atrocidades cometidas durante o período de guerra, a fim de não deixarmos que tornem a repetir-se. A Declaração Universal dos Direitos Humanos surge exactamente como uma espécie de compromisso assumido pelos países que a assinaram, um compromisso de respeito perante o Outro, qualquer seja a sua cor, sexo, etnia, credo, convicção, condicção social, etc.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi o primeiro instrumento internacional a fixar normas promotoras dos direitos civis, políticos, religiosos, sociais, culturais e económicos para todos.


* Filósofo e sociólogo alemão de origem judaica que nasceu em 1903 e faleceu em 1969. Teve que exilar-se por causa da perseguição movida contra os judeus pelo regime Nacional Socialista Alemão.

*Auschwitz é um dos campos de concentração criados pelos Nazis na II Guerra Mundial e onde foram exploradas e por fim exterminadas milhões de pessoas em função do facto de serem judias, de etnia cigana, homossexuais, portadoras de deficiência ou opositoras ao regime nazi.

Nascemos iguais...




...em dignidade e direitos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

É bom que se insista

Mudamos a música do blog porque esta é a semana da celebração da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10 de Dezembro). Ouve com atenção a proposta de Sérgio Godinho. Conversemos sobre o poema e dancemos, também nós, no Mundo:


"Isto é como tudo
não há-de ser nada
a minha namorada
é tudo que eu queira
mas vive para lá da fronteira

Separam-nos cordas
separam-nos credos
e creio que medos
e creio que leis
nos colam à pele papéis

Tratados, acordos
são pântanos, lodos

Pisemos a pista
é bom que se insista
dancemos no mundo

Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só

Por ódio passado
(que seja maldito)
amor favorito
não tem importância
se for é de circunstância

Separam-nos crimes
separam-nos cores
a noite é de horrores
quem disse que é lindo
o sol-posto de um dia findo

Sozinho adormeço
E em teu corpo apareço
Pisemos a pista
é bom que se insista
dancemos no mundo

Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só

Em passos tão simples
trocar endereços
num mundo de acessos
ar onde sufocas
lugar de supostas trocas

Separam-nos facas
separam-nos fatwas
pai-nossos e datas
e excomunhões
acondicionando paixões


Acenda-se a tua
luz na minha rua

Pisemos a pista
é bom que se insista
dancemos no mundo

Eu só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos
levantando o pó
dançar como amigo só."

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Muitas mulheres, em Portugal e em todo o Mundo, sofrem de violência física, psicológica, sexual...

Muitas mulheres sofrem todos os dias agressões, mas não denunciam o agressor...

Algumas mulheres sofrem-nas como se já fizessem parte das suas rotinas.


10.º 1
João Ferreira, n.º 6
Cláudia Piquita, n.º 9