Na época Medieval, o papel da mulher estava relacionado com a sua posição social. Assim, a mulher do povo tinha um papel activo, pois trabalhava nos campos (embora em tarefas mais leves), enquanto que a mulher da nobreza assumia um papel passivo, obedecendo ao pai ou ao marido, consoante a sua situação civil.
Mas, independentemente da sua posição social, todas as mulheres viviam subordinadas aos homens e tinham duas funções em comum: a lida da casa e a educação dos filhos. Era inaceitável que uma mulher interviesse política ou militarmente na sociedade, uma vez que estas eram consideradas funções masculinas.
Mas, independentemente da sua posição social, todas as mulheres viviam subordinadas aos homens e tinham duas funções em comum: a lida da casa e a educação dos filhos. Era inaceitável que uma mulher interviesse política ou militarmente na sociedade, uma vez que estas eram consideradas funções masculinas.
A Igreja Católica assumiu uma posição particularmente ambígua e hipócrita, relativamente ao papel da mulher na sociedade. Se por um lado a comparava a Eva (representação do pecado), por outro, exigia que fosse uma mãe bondosa e carinhosa, assemelhando-a à Virgem Maria. Neste sentido, a mulher tinha que corresponder a um ideal de mulher caridosa, discreta, prudente e casta, senão seria considerada perturbadora da sociedade.

Waterhouse, Fair Rosamund
Em Portugal, a participação das mulheres da nobreza na política e na guerra era entendida como nefasta. Esta posição reflecte-se claramente nas cantigas de escárnio e maldizer, onde aquelas que pretendem traçar o seu caminho eram alvo de troça.
Quanto à mulher do povo, cabia-lhe tomar conta da casa e dos animais. Era também conhecedora de ervas para unguentos e emplastros, revelando-se aqui uma preocupação da mulher face à beleza e saúde. E, mais tarde, numa tentativa de anular o papel da mulher até da medicina popular, viria a ser considerada bruxa e alvo de perseguição por parte da Igreja Católica.
A mulher do povo que residia nos centros urbanos prestava serviços e comerciava, mantendo-se o carácter produtivo da mulher deste estrato social. No entanto, era alvo de discriminação, em relação aos homens, nos serviços prestados, onde era sempre menos remunerada ou recompensada.
À mulher do povo era vedado o acesso ao ensino universitário, pelo que o papel na educação dos filhos limitava-se ao ensino elementar (gramática e latim), dado que muitas mulheres da burguesia frequentavam o ensino elementar.
Desde o início da Idade Média até ao século XIX, verificou-se um anti-feminismo acentuado, em que o papel da mulher na sociedade se cingia essencialmente às funções de procriação, fidelidade aos maridos, lides domésticas e educação (embora precária) dis filhos. Estes parcos estatutod eram-lhes concedidos pelo pai, pelo marido e por uma instituição fundamental da sociedade medieval, a Igreja Católica.
Joana Recharte
10.º 2